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A Poesia simples como o tempo emociona o entorno da Alma colorindo o Universo
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07/09/2021 22h48
POEMA ESCULPIDO

PRÊMIO ESPECIAL,  "CONSAGRADOS", Oferecido em 2004, pelo Clube Amigos das Letras, na II Olimpíada Cultural - 500 Anos da Língua Portuguesa no Brasil: POEMA ESCULPIDO.



 




Publicado por WILDON LOPES
em 07/09/2021 às 22h48
 
28/08/2006 21h38
ALCOVA NEUROTEMPORAL

Todos os barcos dirigem-se aos horizontes capazes de revelar sonhos e dar vazão aos nossos sonhos de infância, adolescência, juventude e contemporaneidade. A razão abraça-se nessa barca imunda chamada civilização e inunda-se em fantasias teatrais afundando-se em fases durante a nossa vida de adulto, até que envelhecemos e descobrimos não saber exatamente qual é o real caminho da felicidade. Devemos então olhar dentro de nós mesmos, atravessar a própria garganta e alcançar o coração, passar a limpo tudo o que aprendemos pelo bem e pelo mal e ouvir dos outros o que dizem de nós e de que maneira a gente pode  mudar um pouco sem causar turbulência naqueles que estão ao nosso entorno, os que prosperam e os que vegetam mas que que possuem amor no coração.Nesse ponto  a poesia começa adentrar-nos a alma e ninar nossos pensamentos, até que a gente em prosa comece a vencer obstáculos e tomar consciência da força adquirida interiormente. Até que a gente descanse, dormente, em paz. Tudo passa pela nossa cabeça, parto, germem, feto, suicídio, ficção, beleza, sexo, a vida de papo-pro-ar, tornar-se um ser muito melhor, amar mais, viajar, ficar, sofrer e ser feliz, chorar e gritar. Tudo passa na nossa cabeça, o sonho de cantar, a capacidade de realizar, a morte, o penar, a transgressão trágica da traição e das invenções das cartomantes, a política, a irmã mais nova, a incerteza, a pobreza, a igreja católica e suas transgressões libidinosas, o cheiro gostoso da vida e a hora fúnebre da nossa morte, amém. Penso, logo... escrevo! Respeito profundo do fundo da alma pela vida e às tentações do corpo. Respeito ao que restou do caráter do homem. Adoraçao à Verdade e à Justiça. Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Aprender, obter conhecimento para haver tolerância e sabedoria. Respeito e comemoração ao novo dia que está para vir, quando as palavras completarão meus sonhos e o amor vencerá, emocionado, ovacionado, hipnotizado, e as rimas ao lado,  se farão mais belas, complementando a incrível e mágica poesia da minha vida. Por que não? Eu não quero viver sempre assim, uma idéia e basta. Eu não quero ser sempre um ser inferior e conformado com a situação. Sonho sem ilusão. Utopia e lamentação. Quero acender a luz e poder olhar o mundo de frente e seguir contente, sem diferenças,  distribuindo sorrisos, amizade e beneficências. Sentir todos os desejos do mundo e poder respirar num ambiente espaçoso, o líquido, o sólido e o gasoso. Tudo de tudo se transformará em transparência de valores, nada de nada nos fará desistir, insistiremos apenas, nas cores amenas, nas caras humanas... na sorte, seguir pro rumo norte, no feriado ou na morte. Não haverá  juventude eterna, nem aquarela na sarjeta, nem a vida voluptuosamente festiva ou  futuros arrependimentos tardios, loucuras, espasmos ou arrepios. O anos que deixamos para trás sempre nos tornam mais consistentes, experientes e capazes de mudar tudo. Transformar o mundo, derrubar o muro, puxar o lençol, comer fruto maduro, dormir na praia e acordar exposto ao sol. O filme da nossa vida estará gravado em disquete, seja uníssono som de trombone, bofete, crianças chorando, carnaval, confete, muita alegria a contagiar nossas futuras lembranças e muita cerveja na pança. Chega de caça às bruxas, de briga de gato e rato, de zombarias de pé no sapato, de bicho papão. Medito, desejo, pinto e bordo, amo, configuro, sonho com a beleza, reverencio a arte, mas não quem parte e reparte e não fica com a melhor parte. Quem puder, descarte. Não quero morar em Marte. O triste fim do pequeno aprendiz não está nas palavras do verso que refiz, não se transforma a filial em  matriz, não se esconde em conversas banais, nem será decaptado pelos velhos carnavais, mas na hora certa, poemas sutis, respiro pelo nariz... teremos um final feliz. Sei que falo dobrado, demasiado, ensimesmado, caminho sem rumo e volto pro mesmo lado, sei que estou em dois ou três lugares ao mesmo tempo, sei que quero inovar em tudo, inventar o que não existe, reinventar o vôo dos pássaros apenas comendo alpiste. Essa ventania de projetos que metralha balas de pedras em meu corpo, deixa-me entorpecido e rabujento, afogado no conhecimento, Esse furacão turbulento é capaz  também de me dilacerar o fígado, atingir minha alma incerta, as minhas fraquezas encobertas, meu hálito amanhecido de derrotas. Tranco-me morto de tédio nessa Alcova mórbida, infértil e fria. Viajo na sombra desses pensamentos escuros e avessos e lentamente procuro uma passagem para fora da clausura pitoresca. Não tem cor lá dentro nem tem gosto de tinta fresca. Tudo se passa na nossa cabeça, o decoro da festa, a luta da infância, o belo, o rico e a ganância, a noite, a fresta da porta, a perda da virgindade  e o ar de arrogância. Tudo se passa na loucura do ócio, no labor do ofício, na desgraça do sócio... são os vermes do mundo entreolhando-se petrificados, desmascarados e hipócritas. Agora vou descobrindo que não havia vida dentro dessa Alcova maldita. Não havia o tempo nem o frescor da natureza e as manhãs nem eram tão lindas, antes, eram amareladas e desconexas. Loucura não é sonhar felicidade, mas viver nesse silêncio incerto e oco. Louco não cura. Cachaça da pura. Olhar no espelho e ver a penumbra esfumaçada da tua própria imagem. Vertigem. Coragem. Paisagem. Alcova dos bocejos e da aprendizagem. Alcova dos ruídos, chiados e sussurros mal ouvidos. Passam noites, madrugadas, manhãs ensolaradas, sem graça nenhuma, sabor de cúrcuma, angústia de quem acreditou num sonho fértil. Desassossego de quem apertou o gatilho mas não disparou o projétil. Derrepente, um zumbido de abelha, bem na telha, zoeira na Alcova, festa no próprio covil, o medo salvou o Brasil, rompeu-se o cinto, quebraram-se as vidraças, abriram-se as grades, almas do mesmo perfil, livres, liberdade, a esperança cobriu silenciosamente o limbo. Ninguém viu. Estavam fumando cachimbo.Não há tempo pra meditação, corra menino corra. Começou a revolução. Vou seguindo esta trilha com sede de vitória, rumo ao absoluto sucesso pois não há tempo a perder, arreio o potro, cuspo no chão, sigo à terra prometida, sigo para o norte e não haverá mais morte. O mundo não muda apenas em um amanhecer, somente muda de cor, cafajeste, vermelho, agreste, folhas de cipreste, violeta, poeta prata, grito inconteste. Tudo é chavão, entrada, tal chave em fechadura, enclaves, claves de sol, traves, girassol, bola, goleiro, gol... Não basta a comemoração, é preciso abrir as portas, olhar os campos floridos, perder os olhares sofridos, seguir os ventos frios e acompanhar o curso dos rios. Não fiquemos mudos, escondidos, cegos, indiferentes, poemas engavetados. Há que se respirar fundo! Escutar sem ouvir todo mundo! Desviar dos teoremas, perder suas manias, mudar filosofias. Haveremos de ser malcriados, abusados, construtores e pensadores de versos. Escritores de palavras que pulam das entranhas dos poetas. Rimas paralelas e abertas atravessadas nas ranhuras dos nossos cadernos. Veias de sangue vermelho, que pintam frases de amor, sigam-me por onde eu for e vamos soltar um grito nos vulcões, celebrar a morte de seres em decomposições, vamos existir  e manifestar nossas razões. A luz não se apagou. A realidade é tudo. Não fique mudo. Vamos poeta, em busca da nossa verdadeira arte, subir no pedestal, tocar o sino da catedral, etc e tal, ser o ator, o ganhador, o maioral, estar ciente do nosso poder de transformar a cozinha em nosso quintal,  escrever melhor que Antero de Quental, e se não há dinheiro para editar um livro, escreva num varal, declame num sarau, é hora de sentir a luz do sepulcro pois a morte é  fatal. Creio que irei morrer, Mas creio também que serei capaz de ler o melhor poema no meu derradeiro momento final. Tudo, tudo, tudo, é o mesmo que nada. Seja o que for que estiver no centro, estará o poema à sua volta, ao seu entorno. Ser poema, depende do sentimento e do cheiro do perfume de quem leu. Não gostou? Não entendeu? Depende da cor do incenso, e do amor de quem o escreveu. Esse é o chamariz. O risco de giz. O olhar de quem me diz. O sentimento entregue pra quem eu fiz. Se o poema existe pra mim, a flor é real. Pode ser  uma hortênsia, a rosa, a tulipa, o crisântemo,o  lírio, a orquídea, o amor perfeito, a calêndula, a angélica, a flor de cerejeira, a flor de açafrão, a orquídea dourada de kinabalu ... raros momentos de prazer afinal em que caminhamos debaixo de um temporal. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Publicado por WILDON LOPES
em 28/08/2006 às 21h38
No Entorno do Poema WILDON LOPES R$ 20,00